domingo, 19 de fevereiro de 2012

Conectado


Flórida-US, Inverno de 2012.

Milhares de fotos e vídeos estavam sendo postadas online, era domingo, quando o Facebook parou. Estava uma tarde de telas brilhantes e olhos vivos, olhos que passeavam entre as flores de status e folhagens de fotos alheias.
A partir desta paisagem e desta circunstância, gostaria de falar sobre uma personagem em particular, um ser atemporal, com mil faces, e gestos, e jeitos, e manias, e desejos, e dores, e sedes, e olhos, e bocas, e casas: um criatura oriundo de todos nós.
Este ser—de mil facetas—com incontáveis horas em frete a atalhos à tudo e todos os mundos, sem sair do lugar, viajava. Haviam coisas comuns espalhadas sobre seu habitante natural; em sua mesa: canetas, papeis, clips, uma xícara de café, um prato, um garfo... e no meio deste cenário, os seus dedos, que rápidos e sorrateiros dedilhavam nas janelas cyber-sociais. Ele, que aqui vamos chamar de Todomundo, tinha o peito aberto, os olhos atentos, diferentes sonhos e desejos, semelhante corpo e desafios; sentado em diferentes lugares da casa, monologava  momentos tridimensionais.
A rede parou! Simplesmente, sem mais nem por que, parou! Mas se tratando de internet, não o surpreendeu tal incidente. Todomundo foi andar um pouco, lembrar de como o mundo realmente era. Ele foi dar uma volta no quarteirão donde morava, entretanto não achou nada interessante para compartilhar. Ele voltou ao computador e buscou outras redes sociais, estas também, pararam. Aí Todomundo começou a se desesperar, por que a sua vida se encontrava lá, nas entranhas das comunidades cibernéticas. Saiu na avenida comercial do seu bairro para espairecer a mente, saiu, mas sentia que algo lhe puxava de volta à tela. Continuou nas ruas estreitas e cheias de lojas percebendo que tinha mais pessoas do que no normal.–Como pode ser, todos essas pessoas, “os meus amigos virtuais”, em 3D, hologramas andando e comendo?– Falou consigo mesmo com certa ironia e frustação de não estar teclando abordo do seu Laptop. O dia estava nublado, sem muita vitalidade no ar; um daqueles dias que  ele, Todomundo, ficava em frente ao computador buscando preencher o seu vazio inefável. Ele começou a achar esse mundo, com alguns minutos sem conectividade, um tanto sem graça.
Passaram-se alguns dias com o Facebook fora do ar, e já se ouviam boatos e até matérias nos telejornais sobre o caso de depressão nos usuários. Podia-se ver pessoas com tic-nervoso atravessando as ruas, nos supermercados, nas escolas, sempre com os dedos mexendo como se estivesse teclando algo. Um mês se passou e já falavam em correntes casos de suicídio. As pessoas já não tinha mais nada para fazer; tudo que elas faziam estava no Facebook e em outras redes absorvedoras. Todas as razões nas suas vidas estavam sempre em correr para publicar coisas à serem curtidas e comentadas, eventualmente. Ninguém soube muito bem o que tinha acontecido com a rede. Se ouvia falar em um grupo de hackers que se juntaram para derrubá-la, pois acreditavam que consumia silenciosamente os nossos dias. O caso dos hackers não foi muito bem apurado, e a noite caiu em mais um dia em que as pessoas ficavam desconectadas.
Todomundo esteve, com muita frequência, atualizando o navegador para ver se algo mudava. As lojas dobraram a produção da tecla F5 chegando a abrir uma loja no bairro de Todomundo chamada: “F5 para Todomundo–Atendendo seu consumo”, era o slogan.
Depois de um mês, Todomundo resolveu, contra a sua própria natureza, passear no parque que sempre esteve em frente a sua casa e que nunca lhe tinha dado muita atenção. Pegou um barco—um tipo de caiaque—e começou a entrar no lago que lá havia. Todomundo resolveu escutar o som dos pássaros e o som que as aguas faziam quando remando. Foi para pensar um pouco, para suprir a falta dos amigos. O lago estava coberto por uma nevoa e em meio a ela, ele começou a perceber que a vida crescia, ali, a vida realmente acontecia. As aves que cortavam a nevoa era uma surpresa viva para Todomundo; as arvores lhe inspiravam; o vento invadia seu corpo lhe deixando leve; o sol—mesmo que pouco naquele momento— revitalizava-o e os saltos dos peixes lhe trazia sentimentos primitivos. Todo esse conjunto de seres, incluindo ele mesmo, estava sendo a verdadeira vida. Ele começou a pensar, queria falar à sigo mesmo tudo aquilo que guardava no subconsciente da sua inquietação. Queria desabafar a frustação que a cada dia sentiu quando a cada hora perdida em frente a tela poderia ser um momento produtivo, criativo e empolgante; onde cada comentário nas redes cyber-sociais seria o último e quando percebera, já era tarde demais: já atravessara a noite; já varara a madrugada; já dobrara a semana com um vazio imaterial. A paisagem no lago era funesta e cheia de mistério quando  Todomundo quebrou o silencio falando:
— É fácil respirar essa brisa; difícil é falar comigo mesmo sem distrações, sem plateia. Meu barco, meu barquinho, para onde me levastes nessa vida emaranhada de tempo, nesse mundo magnético?! – O vento em forma de brisa era suave quando Todomundo pensava com seu barco e consigo mesmo. A atmosfera lhe conduziu à uma continua reflexão:
— As horas tem se perdido entre os meus dedos, meu barquinho, já não sei quando é manhã, quando é tarde, quando é noite. É tudo uma coisa só quando estou lá; é tudo muito incolor, imemorável, esquecível. Estou distantes das coisas matérias… você, meu barquinho, nesse lugar quieto, é real, é palpáveis como a natureza que nos cerca. – O lago era silencioso quando uma ave cortou a nevoa e mergulhou na água. Todomundo assistiu àquilo e esperou quieto a sua volta, segredando:
— O tempo mais valioso, aquele que mergulha em meu peito, é quando estou falando com os amigos… — A ave voltou do fundo do lago e trouxe algo consigo, um peixe. Olhando-a, orgulhosa da pesca, e o peixe, que vivia o seu último suspiro, ele continuou falando naquela direção, para a ave ou para o peixe:
— Eu queria, como você, ter todo a liberdade do mundo… Minha fome é de tempo, e mesmo com tanto, sou miserável. Estou engolido o tempo pelos olhos. – O pássaro com o peixe no bico, como que querendo entende-lo, girou a cabeça em sua direção. Nosso ser de mil facetas naquele silencio inóspito buscou fazer a ave entendida, clarificou:
— O que mais me intriga, me deprime, me faz ver o meu fim como zumbi cyber-social, um ser paralítico mental, improdutivo funesto, uma ovelha no rebanho do capitalismo neoliberal... O que mais realmente me assusta... — reteve a voz por dois segundos sentindo um calor dum nó que lhe subia pela goela:
— .... é a  falta de autonomia que eu tenho em frente as redes sociais, em frente a esse jogo humano, essa fazenda onde somos ovelhas correndo risonhas nas gramas que crescem debaixo dos nossos dedos e sobre os nossos olhos... — A ave ainda sem entender, sacudiu a água das penas com certo charme e inocência. Ele como num clarão de desespero atirou a voz na nevoa criando um eco que voltava para si:
— Está tudo planejado, tudo organizado para nos controlar… veja como todo mundo está junto sendo adestrado, todos escravizados neste leilão de quem dar mais por nossos segredos, por nossos rastros, por nossos desejos... Quero tanto estar lá, que já não sei se é meu o desejo. — Os olhos pestanejou sobre o eco que silenciava. A ave assustada engoliu o peixe e voou rente a água. Foi para a floresta onde sua alma de animal–como a nossa–continuou conectada. Todomundo sozinho, batia nas bordas do barco dizendo:
— Sou eu o sujeito e a vítima disso! Sou inconformado com o silêncio. Agora, aqui, eu posso sentir que estou ligado por um fio invisível a toda a vida, a toda a natureza, a minha natureza. Mas a grande questão é: o que eu posso fazer frente à essa droga que é injetada nos olhos e sai pelos dedos nas teclas? O que posso fazer com essa droga que me manipulação pela minha própria espontaneidade? — Todomundo caiu no lago escuro copiando a ação da ave pescadora, foi buscar a resposta. Mergulhou segurando a respiração e sentindo a textura da água, continuou em pensamentos:
— Lá, estou criando uma real vida-ilusória. Toda essa engenharia me controla, sempre me deixando ligado e conectado na pagina da saudade e do “divertimento”.–sentiu o lago–A água está fria. — Suas lagrimas, do nó na garganta, temperava a água doce e fresca; já não se sabia o que era lagrimas e o que era lago. Balbuciou:
—Estamos sentido saudade da saudade!
Soltou bolhas com outras palavras que não podiam ser ouvidas claramente… Avistou, por onde o sol clareava, um cardume de peixes que falavam entre si, palavras que ele não entendia. Todomundo tinha ao seu redor a luz do sol deixando a água verde. Relaxou o corpo e lentamente começou a nadar submerso, indo fundo…
— Matam a saudade! Contudo, ela quer saber sobre o outro,—nadou mais forte— sobre sua carne, o seu cheiro, os seus desejos: A saudade é o saber imaginário sobre o outro. — A primeira falta de ar apontou em seu peito, retrucou ignorando-a:
— Eu respiro a cada hora, palavras postas sobre a carne do pura prazer bestial. — Foi chegando onde a água se escurecia.
— Não tem luz no meu desejo de supor, de imaginar, de até sonhar como o outro estar ou estaria. Esse modismo tecnológico é um caminho obscuro que mata meus sentidos — Parou no meio do lago onde o escuro lhe rodeava. Olhou a superfície, o brilho do sol era pouco mas ainda se via um tom acinzentado, continuou:
— Eu gostaria de saber o seu pensamento, dos meus “amigos cyber sociais”, de crescer com os nossos pensamentos: pensamentos risonhos, sérios, bobos e sobre tudo, seus, meus, nossos pensamentos! — Todomundo com o ar se acabando, já sentia vontade de respirar a água.
— Absorvedor das nossas horas, absorvedor das nossas vidas. Aqui no fundo, percebo o quanto do mundo estava perdendo, como se o mundo todo estivesse numa tela. — Sorriu, deixando o último ar do seu peito escapar.
— Não quero ser mais um pedaço de carne que transforma cliques em dinheiro. Aqui no fundo meu corpo é inteiro… — O lago continuava fresco e Todomundo não resistiu à beber um pouco de sua água, engoliu sorrindo.
— Agora eu posso perceber que o mundo é profundo fora da tela; o mundo é realmente o mundo, quando você vive nele, fora da tela. Meu barquinho, meu barquinho, eu já tenho os remos nesse mar de opções internéticas. — Àquela profundidade o lago era completamente escuro. Todomundo nadava em outra direção para chegar ao barco, o sorriso se alongava em seus lábios.
— Eu não sou eu nas redes sociais! Uma figura minha vivi lá, eu–Todomundo–vivo aqui, entre as carnes e ossos, e lagos e peixes, e terra, e céu, e mar... — O corpo de Todomundo saciou sua cede e ficou sonolento no escuro profundo do lago...
— Meu barquinho, meu barquinho, não basta só estar vivo, precisamos vivenciar!

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Um "Rolé" em New York


Por Jamie Samowitz (Museum of Natural History )

New York, Setembro á Dezembro.

(Fiz este artigo para um jornal 
em minha cidade natal, Estância-SE, 
e aproveitei para compartilhar aqui.)

Depois de trabalhar com teatro, literatura e produção cultural em Estância-SE, viajei, e fui parar nos Estados Unidos. Agora aqui, vejo coisas que até então só poderia ser vistas pelas telas do cinema e da TV. Coisas turísticas, exóticas e—sendo para mim o mais importante—a cultura, os costumes e a política. Estou refletindo em coisas que antes não podia por estar dentro do meu próprio mundo, dentro das minhas próprias atividades.  A internet facilita as informações, mas há coisas que precisam ser vivenciadas. Gostaria de compartilhar algumas experiências que passei, que experimentei e que aproveitei ao máximo nos meus primeiros dias na terra do Tio Sam.

Quando cheguei aqui, o primeiro impacto foi a temperatura, entretanto, ao botar a roupa certa fica tudo bem, confortável e cheio de estilo. Fiquei em New York nos primeiros quatros dias, e ao chegar em Manhattan, a famosa cidade que cresce para cima, fiquei impressionado com a pomposa Estação Central. Foi muito engraçado ver o grande relógio da Estação que no filme “Madagascar”, a girafa  por acidente fica com o tal relógio na cabeça. Estação central, gigante, imponente, linda e formigando de pessoas para todos os lados. Ao sair da Estação, andei pela 5° Avenida, famosa por exibir em suas lojas, vitrines com muita arte e elegância.

No segundo dia fomos, eu e Jamie—minha noiva e personal-touristic-guide— visitar o Central Park. Esse é um lugar exuberante: um parque de 341 hectares com inúmeras espaços públicos para atividades. Haviam pessoas fazendo  exercício físico; andando de bicicleta; jogando American football; as crianças no playground; os amigos e namorados tomando um banho de sol sobre a grama: e no meio disso tudo, eu, apaixonado e encantado pela vida como nunca. Fomos, eu e minha garota, até um castelo no estilo medieval e tiramos algumas fotos. Logo ao lado do castelo havia o Jardim de Shakespeare—nada mais apropriado, eh?—com todas as flores que o autor citou em seus textos para teatro e inúmeros poemas. Estive com Jamie por muito tempo ali. Andamos entre as árvores, ao redor de um lago gigante, e eventualmente tirando algumas fotos.

No terceiro dia fomos ao Museu de Historia Natural(American Museum of Natural History). Falando assim você talvez não tenha a ideia do que estou falando, mas se você lembra do filme “Uma noite no Museu” (Night at the Museum) onde os dinossauros ganham vida..., ok, agora provavelmente estamos a mesma língua, sim é este o Museu, com os dinossauros e todos os seus ossos. Um lugar incrível, com muita cultura mundial que você precisaria mais de um dia para ver tudo. Ainda lá, assistimos no planetário, uma grande tela em forma de esfera onde você assiste de dentro, assistimos a “Jornada para as Estrelas”(Journey to the Stars) com a narração da adorada atriz Whoopi Goldberg. Saímos do museu meio tonto de tanta informação, um banho geral de cultura, historia e arte; inclusive não vejo a hora de voltar à fazer uma nova visita. Almoçamos em restaurantes Asiáticos, Mexicano, Americanos, Latinos, uma verdadeira viagem no paladar deste nordestino que vos fala. Experimentei a famosa pizza americana, que falam ser a melhor do mundo. Se é não sei dizer, mas que é diferente e gostosa, isso é. Os almoços e jantares em diferentes restaurantes  de diferentes países continuaram, um tour para o paladar.

No quarto e último dia fomos ao New York City Ballet para assistir a uma peça de dança. Primeiro é importante falar sobre o complexo de apresentações e exposições artísticas, Ok, que é grande não preciso mencionar mais, pois estamos em New York. Para saber da pompa desse espaço só é necessário dizer que este é um teatro no meio de Manhattan, num dos lugares mais caros do mundo. Lá, só se apresentam bailarinos, músicos e atores da mais alta estirpe, do mais alto brio no meio das artes comerciais do mundo. Eu assistir ao espetáculo “Reino Oceânico”(ocean’s Kingdom), com trilha Sonora e direção musical de Paul McCartney dos Beatles e no Segundo ato da noite um espetáculo George Balanchine(1904–1983). Uma noite realmente fascinante e inspiradora para o meu peito de artista.

Depois desse momento turístico e cheio de entusiasmo, fomos para a nossa casa em Amherst, localizada no estado de Massachusetts, região da Nova Inglaterra. Foi no estado de Massachusetts que o Voleibol foi criado e a parti de lá divulgado à todo o mundo. Amherst, uma cidade pequena que recebe milhares de estudantes universitários que faz o volume da população expandir. Na cidade vizinha, Northampton, 20 min de ônibus de Amherst, comecei a estudar a língua Inglesa. Foi um curso intensivo, todos os dias da semana, 5 horas por dia com free classes extra, muitos home works e apresentações. Depois de dois meses e meio de muito empenho de cara nos livros e língua solta, já pude falar a língua estrangeira, mesmo que ainda com muitos erros gramaticais e de pronuncia, mas sempre tentando com a coragem de errar.

Agora estou no interior de New York, Spencer Town, onde vive o famoso artista plástico Ellsworth Kelly, um dos grandes nome da arte abstrata. Spencer Town, uma cidadela campestre de grandes casas. Esse novo lugar me enche de inspiração poética pela paisagem, vendo as folhas coloridas caírem no outono e o chão se embranquecendo no inverno. E enquanto o inverno vai chegando timidamente, vou escrevendo, dando aulas de teatro e capoeira.

Comprei meu Snowboard e Ski, o inverno chegou, e já não vejo a hora das montanhas estarem cobertas de branco para, entre “trancos e barrancos”, surfar no pó da neve.


sábado, 21 de janeiro de 2012

Monge tão Pirado


  
Estância-SE, setembro 2008.

Mais um janeiro em nossas vidas vem bailar,
Sambando sua cadência - meio trôpego o novo milênio!
A Era do sol, do fio dental curioso,
E do filtro solar que dorme ultravioleta.

Louvada seja a tecnologia apagando distancias!
Que em suas ondas ultra-magnéticas
Arrasta arcanjos neuróticos, plugando sua solidão nerdiana nas teclas on-line.
Eu, tu, vós, ele, ela, você... Nós cada vez mais sós!
Entre velas derretidas e flores no asfalto, a fé está a velar e a murchar,
Pela paz ou por um par...

- E velejamos nessa vida atroz!

O novo milênio já nasceu dentro dos nossos olhos vendados,
E o que vemos é mais um rio que se foi, mórbido, poluído e calado.
E vamos andando e vivendo, com braços, pernas, bocas e línguas...
Aceitando sacrilégios absurdos na ferida crua dos nossos desejos,
Sei que o futuro ainda vem, pois não fiquei satisfeito com a nostalgia de um samba feliz.
E enquanto viramos sacerdotes de martírios,
Há bambas disfarçados: lobo em pele de cordeiro parlamentando com o dinheiro!
E lá embaixo um homem todo roto parlamenta com a morte
No lamento da sua fome, cada vez mais "preta".

Não me vale muito viver em acentuar o errado,
Alimentar um sistema de um samba descompassado.
Durmo concentrado e incomodado com os acomodados.
Acordo atormentado por estar nisso condenado!
Me atravessa os espaços neuróticos essa filosofia injusta,
Que vem averiguar a redundante rotina de um hoje tão pirado.

De nada vale dizer, se estou certo ou errado.
Já tenho os ouvidos calejados no batuque desse samba harmonizado,
Sei também que sofro nessa penumbra em que os homens não se vêem,
Mas ainda acredito em Eu, em Tu, em Nós...
E não me entrego aos leões
E nem quero sentar no samba de alguns bambas conformados!
Meditarei!
Sim! Continuarei...
Nas minhas artérias fumegantes de observações
Cativando o olhar e palpitando o meu corpo para a transformação,
Com a redundante rotina de um monge tão pirado.

(Livro "Ponto de Partida" by Tarcísio Ramos/ Prêmio FESPOFALE 2009-SE)

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